domingo, 18 de março de 2007

Vícios

Sou um homem de vícios simples.
Não dispenso o pequeno-almoço no café de sempre, a leitura do jornal, a caminhada diária pelo jardim do Forte de São Francisco, o jantar em casa dos pais...

Além disso, sou viciado em séries. Mas boas séries, atenção. Lost, Heroes, Prison Break e Jericho são as 4 que sigo regularmente. Lembro-me que foi a Laura (minha colega em Valpaços) quem me contagiou o "bichinho" de Lost. As outras vieram por acréscimo.

Infelizmente, as nossas TV's não apostam nessas séries. Nos EUA dão em horário nobre. Aqui dão às duas da manhã ou nas tardes do fim de semana.

Lost desceu um pouco nas audiências mas está a voltar a recuperar. Heroes está cada vez melhor. Para quem não se preocupa com "sacar" séries pela net, aconselho vivamente qualquer uma das séries.

sábado, 17 de março de 2007

A divina comédia

Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.

A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.

A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.

A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.

A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.

A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.

A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.

Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.

Desperta.

É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.

A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.

A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.

A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».

Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».

A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».

Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Miguel Carvalho, na Visão Online

segunda-feira, 12 de março de 2007

Santa Rita

Por falar em Deus...

Sempre fui (e continuo a ser) muito devoto de São Caetano (a quem dedicarei um dos próximos posts). Desde 2000, altura em que os meus pais sofreram um acidente grave, que vou todos os anos a pé até um santuário em sua honra que existe aqui perto de Chaves.

Mas há 1 ano e meio, por intermédio da minha ex-sogra (um beijinho para ela, a D. Paula) descobri a Santa Rita, a santa das causas impossíveis. Diziam-me que, se tivesse alguma coisa que eu considerasse impossível de acontecer, era à Santa Rita que deveria recorrer. Nessa altura visitei um santuário em sua honra (também aqui perto) e pedi 3 coisas. Realizaram-se as 3. Penso que os santos não sentirão inveja uns dos outros (ou então não eram santos!) e portanto acredito que São Caetano não se importe de dividir a minha devoção com Santa Rita!

Deixo aqui uma pequena oração a Santa Rita e desafio-vos a tentar. Vão ver que serão atendidos (se pedirem com fé, claro!).

Ó gloriosa Santa Rita, Santa das causas impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta para o abismo do pecado e do desespero, com toda a confiança no vosso poder junto ao Coração sagrado de Jesus, a Vós recorro no caso difícil e imprevisto, que dolorosamente oprime o meu coração.

(fazer o pedido)

Obtendo-me a graça que desejo, eu vos suplico.
Apresentada por vós a minha oração, o meu pedido, por vós que sois tão amada por Deus, certamente serei atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha vida e os meus costumes e para cantar na Terra e no Céu a divina misericórdia.

Rezar 1 Pai-nosso, 1 Avé Maria e 1 Glória ao Pai.

Eu e Deus

Tenho uma relação muito complicada com Deus. Sempre tive. Talvez tenham sido as amarguras da vida e a eterna incompreensão adolescente do mundo que me levaram a isso.
Tive alturas em que fraquejei e alturas em que a fé renasceu. Tive alturas em que exigia coisas de Deus que eu, no fundo, não merecia.

Olho para Deus como se fosse um Pai e, tal como um pai verdadeiro, tenta educar os seus filhos nem que para isso tenha que ser (ou parecer) rígido. Deus educou-me assim. Fez de mim o que sou hoje. E quando pensava que já tinha chegado onde Deus queria, eis que Deus me prova que ainda tenho um longo caminho a percorrer.

Na época em que a minha fé fraquejou, aos 18 e 19 anos, dizia em tom de sarcasmo "eu e Deus somos iguais: ambos gostamos mais das pessoas quando estas estão a sofrer". O sofrimento torna as pessoas mais humildes, é verdade, mas gostar mais das pessoas quando estas sofrem, embora possa parecer um acto de caridade, é uma idiotice, é uma forma estúpida de exercer controlo sobre alguém vulnerável.

Hoje, volto a colocar o meu destino nas mãos de Deus, e resta-me esperar que me dê pistas sobre o caminho a percorrer para que eu me torne uma melhor pessoa.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A verdade

A verdade liberta!

Mesmo que seja dolorosa, a verdade liberta-nos e encaminha-nos para uma nova fase da nossa vida. Enquanto vivemos na dúvida, vivemos na penumbra, no sofrimento, na indagação.

Mas um dia chega a verdade e a nossa vida como da noite para o noite. Hoje chegou a verdade que eu esperava. E renasci! Estou feliz!!!!

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia da mulher

Hoje, 8 de Março, é o dia de quem realmente faz mexer este mundo, a mulher.
A todas elas, os meus parabéns. Obrigado por tudo o que fazem pela Humanidade.

Um beijo especial para estas senhoras: Blog da Ka, Mente Despenteada, Womenage a trois, Sou o que sou e Biblioteca de Jacinto.

terça-feira, 6 de março de 2007

Anjos da Guarda

Os Anjos da Guarda não são divinos. São humanos.
Todos nós temos os nossos anjos da guarda e nós próprios também somos o anjo da guarda de alguém.

Por vezes os nossos anjos da guarda deixam de o ser. Umas vezes por contrariedades da vida, outras para que nós próprios ganhemos asas. Outras vezes são os nossos protegidos que abandonam o nosso olhar protector e correm pelo mundo em busca da vida. Por vezes, arrependem-se e voltam. Outras vezes, nunca mais os vemos, sinal que, ou se perderam, ou encontraram o seu caminho.

Aos meus anjos da guarda: obrigado por existirem.
Aos meus protegidos: aqui estarei. Sempre.

domingo, 4 de março de 2007

Razão e emoção


Somos seres racionais ou emotivos? Se for racional, sou calculista? Se for emotivo, sou inconsciente?

Nos últimos dias tenho vivido um dilema entre a razão e a emoção. Normalmente, costumo racionalizar os meus sentimentos, as minha emoções. Tendo a reger-me por aquilo que a minha cabeça pensa ser o mais correcto. Talvez por medo a sofrer, não sei...

O certo é que penso, infelizmente, que seguir sempre o nosso coração é uma tolice. Se isso faz de mim uma pessoa calculista, lamento. Quem segue apenas o seu coração vive intensamente. Mas também sofre intensamente.

Mas desta vez ainda não sei o que vou seguir: a razão ou o coração.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Vamos ajudar!


Amigos da blogosfera: temos um amigo nosso a quem nasceu um filhote apressado. Este filhote, o Rodrigo, a quem também tratamos carinhosamente por Sázinho, nasceu no dia 3 de Fevereiro e está neste momento na neonatologia a ganhar peso e forças para poder ir para casa com os pais.

Convidamos-vos a deixar uma mensagem de incentivo à Mãe Anabela, ao Pai Sá e ao Sázinho para que os 3 saibam que estamos todos a torcer por eles.

Para isso deverá mandar uma mensagem para o rodrigo.sazinho@gmail.com


Nota pessoal:
a blogosfera não é só um espaço de debate, troca de ideias ou um diário das nossas vidas. Pode e deve ser também um espaço de solidariedade. Parabéns à Ka pela iniciativa e agradecemos antecipadamente a todos os bloggers que espalhem esta mensagem. Esperamos todos que as mensagens de incentivo sejam lidas pelos pais do Sázinho e, um dia, por ele próprio, para que ele saiba que houve milhares de pessoas a torcer por ele. O Blog do pai do Sázinho é o Ideias Fixas.